Reveillon - Parte I

Vejam bem como foi meu reveillon. Eu e o André com a esposa dele, a Cláudia! São meus amigos, amigos mesmo, por isso que eu fui. Afinal passar um feriado de reveillon sozinho segurando vela pra um casal é complicado.

Mas tudo bem, eu topei ir, então não posso reclamar!

O André reservou um AP em Ingleses, Floripa-SC. Alugou às escuras, sem ver. Apenas umas fotinhos e diziam que o AP ficava de frente pro mar.

Saímos de Canoas na madrugada de Terça pra Quarta-feira. Viagem tranquila. Até chegar em Ingleses.

Chegamos em Ingleses por volta das 11 da manhã. Uma muvuca no centro. Paramos o carro do André em frente ao Bradesco pois eu tinha que tirar grana pra pagar minha parte na pousada. Eu lá dentro, na fila do caixa, curtindo o clima "Floripenho", e lá fora o André e a Claudia me esperando. O André foi tirar o carro da calçada pois estava atrapalhando o trânsito e.... CATAPLOFT! Estourou o pneu!! Ele passou por cima de uma pedra que mais parecia com um capacete, sem exagero! O carro levantou!!

Eu lá dentro, olhando tudo. Quando pensei em fazer um comentário, vi todos da fila dizerem: - Olha lá!! Que boca aberta!! Olha o que o cara fez! Só podia ser gaúcho!

Eu ali louco pra rir, mas ao mesmo tempo me consenti com o André, afinal quem o conhece sabe seu fanatismo por carros, imagine pelo dele. (incusive tenho que escrever um post aqui sobre o fanatismo do André por carros, né andré?)

Saquei a grana e fui lá. Um calor dos infernos, nós sem dormir a noite inteira, cansados da viagem, no meio do tumulto do centro de Ingleses e, ainda por cima, tínhamos que trocar o pneu!

Beleza, como eu era a "visita" me ofereci pra trocar. Tivemos que tirar toda a bagagem do porta mala. O carro do André é um Polo. O porta-malas estava explodindo de coisa! Meia hora pra tirar tudo. Caia um travesseiro, um chinelo, um saco de copos descartáveis, uma cueca, um joguinho de dados eróticos do André e da Cláudia (brincadeirinha).

Aí, o Inho tira o estepe (é assim que se escreve, não "step", isso quer dizer "passo" em inglês) posiciona-o ao lado do carro; pega o macaco (não sei porque se chama macaco) e a chave de roda.

Sabe que sou bom em trocar pneu. Até curto trocar pneus, mas não com aquele sono da porra, com um calor dos infernos e com um monte de mulher seminua passando por mim...

Tirei a roda. Fui colocar o estepe. Problema! O estepe não entrava!! Dá pra acreditar?? Não entrava! Forcei, bati, torci, mas nada do maldito estepe encaixar naquela porra. Tinha um "bagulhinho" de plástico na volta do eixo que eu pedi pro André se eu podia quebrar, que daí,talvez daria. Mas como seria um "talvez", o André, apaixonado pelo seu carro, não me autorizou. Concordei com ele.

Pois bem, o André se informou com um frentista onde encontraríamos uma borracharia. O frentista, filho de uma p... sem vontade, antipático, como um legítimo manezinho da ilha disse que era pra caminharmos uns 300 metros que achávamos.

Não tínhamos outra opção, colocamos a roda no ombro e lá se fomos, eu e o André, revezando aquela roda no ombro pelo centro de Ingleses. A Cláudia, coitada, ficou sentada perto do carro tomando trombada de todos os demais manezinhos mal educados que passavam por ela.

Eu, quando vou viajar pra SC, sempre me visto bem. Tipo, coloco uma bermuda e uma camisetinha da hora e tal. Pois é... Sujei toda a bermuda e a camiseta levando aquela joça de roda.

A história tá grande demais, vou resumir.

Chegamos no borracheiro e ele disse pra deixarmos lá que ele entregava depois de 5 horas pois estava indo almoçar e tinha que vulcanizar o pneu pois ele tinha rasgado. Choramos pra ele, imploramos que arrumasse pra nós pois estávamos chegando de POA com muito sono e cansado. Aí, um detalhe: o borracheiro era gaúcho. E foi muito antipático. Porém, quando percebeu que éramos gaúchos, foi prestativo demais, e passou a se queixar dos manezinhos da ilha.

Consertou o pneu rapidinho. Detalhe: dissemos a ele que o estepe não encaixava. ele pegou a pecinha aquela de plástico, colocou uma chave de fenda e... plóc. Como se abrisse uma champagne tirou a peça e encaixou o estepe. Ou seja,não precisávamos ter caminhado quase 1Km pra achar a borracharia! (o filho da mãe do frentista disse 300 metros. Mas você já viu algum manezinho acertar uma distância dando informação?)Aproveitei a simpatia do borracheiro para perguntar-lhe se ele saberia nos ajudar com nosso endereço da pousada. Olha o diálogo:

Inho: - O senhor sabe nos dizer onde fica a rua do Siri?
Borracheiro: - Ué, o que vocês vão fazer naquela bandidagem?
Inho: - Como assim, bandidagem? - já comecei a olhar pro André com ira nos olhos - Por que o senhor tá dizendo isso?
Borracheiro: - Porra véio, lá só tem bandido.
Inho: - Mas vimos na internet que fica de frente pra praia
Borracheiro: - Sim, mas e daí, passa todos os bandidos por ali. Abram os olhos naquela banda...

Fiquei puto da cara e imaginei que iríamos pra um cortiço cheio de visita de bandido. Até que não. O AP era muito bom. Tinha até NET. E uma bela sacada que dava pro mar e, abaixo ficava a avenida, onde o André comentou sobre cada um dos 12.452 carros que por ali passaram. (brincadeira meu querido).

Tomei umas 5 latinhas naquele dia e dormi muuuuito, afinal, tinha muito Sol e sabia que quando acordasse teria aquele Sol ainda e eu poderia pegar uma praia e um bronze.

Acordei às 17 horas, olhei pra sacada... Um puta de um temporal caia lá fora...

É, o reveillon não começou bem! Mas os percalços do reveillon ficam pra trás quando estamos com amigos de verdade e que nos entendem, portanto, valeu cada minuto!

Continua...