analitico

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um dos dias que eu apanhei...


Eu já briguei umas 15 vezes. Dessas, umas 13 eu apanhei!

Meados de 1997, eu tinha 16 anos, cabeludo e sem dinheiro. Fomos ao CSSGAPA. Festa boa, passava o rodo geral. Eu era loiro, cabeludo, me chamavam de Axl Rose (eu era mais gato que o Axl Rose) leia-se Acsel Rouse.
Estava meio bêbado e apenas com algumas moedas. Meu amigo Janos chega pra mim e diz: - Faltam 35 centavos pra comprarmos outra latinha de ceva (olha a situação).

Falei: - Deixa pra mim.
Saí, na copa, pedindo dinheiro, até que cheguei em um afro descendente de 1,98 e uns 590Kg.
- O negão, me consegue 35 centavos pra eu comprar uma ceva aí.
O moreno pegou no meu relógio e disse, quase arrancando meu relógio Titanic: - Me da essa merda que eu te dou 35 centavos.
Eu, no alto dos meus 16 anos, com 1,70 pesando uns 45Kg disse, bem macho: - Sai pra lá negão, me dá uma caixa de ceva que te dou meu relógio.

Eu estava falando (sem saber, óbvio) com um dos maiores traficantes de Canoas....

Ele, muito educado, me pegou pelos cabelos e me lançou ao chão. Mas antes de eu cair ele conseguiu (nao sei como) me dar uma cotovelada no pescoço, aumentando, assim, a potência do seu golpe.

Fui ao chão e junto comigo, minhas moedas (umas 10 moedas) que se espalharam pelo chão.

Nesse momento eu vi o Janos dizer: o Nego ..... (nao vou dizer o nome senao ele me descobre e me mata) nao faz isso cara, por favor.

Quando ouvi o nome dele percebi que eu estava muuuuito enrascado e supliquei a ele que nao me batesse.

Nisso chega o alemão do batuque. Um outro cabeludo, baixinho, porém com uns 890Kg de massa corporal.

Alemão: - O negão, o que tá acontecendo aqui?
Nego .... : - Esse merda me bateu! (imagina eu batendo nele? Nunca! ele mentiu)
Alemão (olhando pra mim enfurecido): - Tu bateu no meu brother maluco?????

Nisso eu estava terminando de juntar minhas moedinhas....

ele me pegou pelos cabelos também, mas dessa vez não me jogou ao chão, e sim contra a parede! De cara na parede (dói muito bater de cara na parede, nao tente isso em casa)

Lá me fui de novo contra a parede e minhas moedas todas no chão...

Nisso ouvi meu amigo pedindo para que o alemão do batuque não me batesse mais (é, meu amigo só pedia, mas nao fazia nada pra apartar a surra)

Quando eu estava terminando de juntar as moedas novamente veio um outro afro descendente um pouco mais pesado que o primeiro e me disse, segurando 3 moedas minhs: - Ó meu, tuas moedas...
Quando eu coloquei a mao no rosto pra evitar a terceira surra consecutiva, o moreno me surpreendeu e me deu as moedas...

No final da festa tive que fazer um caminho alternativo pois vieram me avisar que o nego ... estava me esperando armado na saida da festa...

Naquele dia, ele matou um cara na rua. Vi no jornal a foto da vítima. Era um cabeludo loiro... Todo mundo me disse que ele me confundiu com esse cara e atirou! Espero que não tenha sido esse o motivo...


Nunca, mas nuncaaaaaa mais pedi moedas em festas...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Minha mãe!


Esses dias percebi que falo mais dos meus cachorros aqui no Blog do que da minha família. Procurei razões pra isso e descobri fácil: Eu não gosto de escrever sobre eles porque me emociona muito. E não gosto quando eles (pai, mae e irmã) leêm porque eles também se emocionam. E eu nao gosto de ver eles chorando, nem que seja de alegria, pois sei que lágrimas entristecem, pois quando choramos pensamos na saudade, no amor, na vida, e isso, muitas vezes é angustiante...


Mas eu preciso escrever sobre eles, não me aguento!


Sorteei agora mesmo aqui e vou começar pela minha mãe. Depois vem papai e mana!


Minha mãe, a Marieta (que tem um nome brega e feio) é um ser incrível! É difícil falar dela porque só vejo qualidades nessa mulher que ama a família acima de qualquer coisa.


Meu amor por ela é incondicional e eu temo muito por isso, pois nao suportaria imaginar minha vida sem a presença dela. Não consigo me imaginar sendo transferido pra outro estado/país e ficar sem ver ela por muito tempo.


Tem pessoas que dizem que temos que seguir nossa vida e nos desapegar da família pra podermos crescer profissionalmente. Mas aí eu pergunto: Qual o real sentido da vida quando temos esse pensamento extremamente material e profissional? Abandonar a família pra quê? Pra ganhar mais dinheiro, ter sucesso profissional e montar uma linda família. E aí??? Depois de montar uma linda família você vai aceitar que seu filho, no auge da saúde e da maturidade abandone você e mantenha contato raro via tel, msn...??? Eu não.


Portanto minha vida é aqui ao lado deles. Enquanto eu não estiver passando fome fico aqui com eles e pronto!


Voltando à minha mãe...


Ela é uma mulher chorona e ela sabe que não gosto disso! Chora por qualquer coisa. Eu adoro ouvir histórias dela de quando era pequena. Porém, sempre que ela começa a contar, ao mesmo tempo passa a recordar e pronto! Lá vem litros de lágrimas! Eu tento fazer alguma palhaçada pra que ela pare de chorar mas não dá! Lá tá a dona Marieta em lágrimas e pensamentos de saudade...


Isso significa que ela é explêndida!


Me lembro de muitas cenas de quando eu era pequeno, com 6, 7 anos. E lembro do orgulho que ela tinha ao apresentar eu e a Moa para amigas, vizinhos, parentes de longe. Ela brilhava os olhos, aliás, ela sempre brilha os olhos ao falar dos filhos! Me lembro que eu, nessa idade, achava minha mãe linda e hoje, depois de 20 anos, continuo achando ela linda, divina e maravilhosa!


Ela comprova a teoria que, quando a pessoa tem amor no coração nao envelhece nunca, jamais se torna uma pessoa feia e triste. Minha mãe é assim. Linda porque é feliz e porque tem um coração do tamanho do globo terrestre, sem exageros.


Aqui na minha rua, fazemos, todos os anos (há 12 anos) uma festa de natal pra crianças das vilas próximas. Juntamos doações (nunca em dinheiro) e fazemos cachorro quente, damos refrigerante, balas e uma linda chegada do Papai Noel (eu sei que ele nao existe, é o alemão do açougue). Nesse dia, minha mãe (meu pai tambem mas dele vou falar no outro tópico) trabalha incansavelmente de uma forma incrivelmente alegre. Não pára por um minuto. E toda a recompensa que ela deseja por isso é ver as pessoas felizes, alegres e satisfeitas. Não pensa nela em nenhum momento. Só pensa na felicidade do próximo.


A paixão dela não se resume só a pessoas. Ela é uma incessante defensora dos animais. Chora se vê um pedaço de carniça na rua. E eu puxei a ela, inclusive, eu e ela puxamos a minha avó que também é uma frenética defensora dos animais. Eu e minha mãe lamentamos por sermos assim, pois sofremos muito por isso. Por ver animais serem maltratados e termos uma sensação de impotência ao, muitas vezes não podermos fazer nada por falta de recursos (cudar de muitos animais demanda tempo e dinheiro). Mas amar animais é sinal de amor no coração, até na bíblia diz isso. Então, minha mãe, com todo o amor que tem, é óbvio que defenda os bichos!


Confesso aqui que tenho vontade, muitas vezes, de abraçá-la e transbordar declarações de amor a ela, mas me sinto recuado por saber que se eu fizer, deixarei minha mãe em lágrimas! Mas eu a amo o tempo todo. Rezo pra que nenhum mal aconteça a ela e que Deus a ilumine sempre, como vem iluminando ha mais de 50 anos.


Por vezes, sentamos, eu, ela e meu pai na sala pra vermos um filme ou um bom programa de TV, e quase sempre eu, sem eles saberem, me torno a olhar pra eles e ali fico, por minutos, olhando, guardando bem a imagem deles pra que eu nunca perca eles, nem que seja no meu pensamento. Eles nunca perceberam isso (lágrimas estão correndo dos meus olhos nesse instante), mas eu só paro de olhar, quando percebo que vou me emocionar...


Nunca fui dormir sem passar por eles e desejar-lhes um "boa noite". Nunca! E até pouco tempo atrás eu e a Moa ainda diziamos: Boa noite Mãe, Boa noite Pai, durmam com Deus e com os anjinhos... E elez diziam o mesmo...


Em um mês eu to saindo de casa. A Moa já saiu e hoje vive feliz com o Ricardo e com meu lindo afilhado Lucas. Agora é minha vez. Sairei sozinho, vou morar sozinho, por enquanto sem uma mulher. Mas cada coisa no seu tempo.


Não to conseguindo imaginar como será a hora que eu tiver que desmontar meu quarto e saber que não dormirei mais no mesmo teto que eles (mais lágrimas correm...). Sei que, nesse dia vou fazer muita palhaçada para que eles nao fiquem tristes, mas por dentro, meu coração estará em frangalhos... Pra mim é difícil entender que eu sou um adulto e que não sou mais a criança que brinca dentro de casa.


Também não sou bobo, vou me mudar pra um condomínio que fica a apenas 2 minutos de carro da casa deles. Portanto o convívio vai ser praticamente o mesmo, apenas dormirei sozinho sem ver eles indo deitar e vê-los acordando... O valor sentimental que se têm ao acordar em um Sábado e chegar até a sala e ver meu pai e minha mãe ali, saudáveis e lindos, não tem preço. Não tem dinheiro nenhum que me faça abandonar isso...


Vou morar sozinho mãe, mas saiba que todos os dias, mas todos os dias mesmo, ligarei pra dizer Boa Noite e que amo vocês mais que qualquer coisa nessa vida...